Wednesday, January 27, 2010

If I knew what I had from the start, I'd have never let it go this far.

Thursday, December 10, 2009

eyestrain

Escondido. Todo ele.
Todo o sentido da felicidade existencial momentânea se escondeu.
De mim, de você, do mundo todo e mais um pouco.

A instabilidade me deu tanto trabalho. E agora não sei por onde mais procurar meus pedaços de embriaguez...

Meus olhos doem.

Saturday, November 21, 2009

seletividade platônica: um colapso intracraniano.

Perfeição: caracteriza um ser ideal que reúne todas as qualidades e não tem nenhum defeito. Designa uma circunstância que não possa ser melhorada ainda mais e mais.


Oh crap. Ser ideal? Isento de todo e qualquer defeito? Algo ou alguém que não pode ser melhorado? Nunca me deparei com nada mais tedioso em toda a minha vida. Por que infernos tal inexistente característica é tão procurada, tão almejada, tão incansavel e profundamente desejada por todos, a cada instante? Talvez seja essa a explicação pela falta de interesse que tenho pelas pessoas. Nós não sabemos viver, não sabemos admirar o imperfeito em sua plenitude. Queremos perfeição. Os seres humanos querem a perfeição! Nada poderia soar mais ridículo aos meus ouvidos. Quanta curteza de sensibilidade, quanta cegueira mental.

Acordem, seres pensantes:
Theres is no perfection.
There will be no perfection.

Sunday, September 13, 2009

mil quilômetros - prólogo I, 2ª versão

Minhas mãos suavam frio ao sair de casa naquela noite. O coração palpitava como nunca, acelerando-se mais e mais a cada instante em que me deparava mais próxima do momento em que vivenciaria minha história de ficção e a veria transformar-se na mais surreal das realidades. Confesso ainda que esperei meus pais dormirem e saí pelo telhado pra que eles não me deixassem de bode caso me vissem, e também pra poupar a eles e a mim mesma de mais uma daquelas brigas de gritar até arranhar a garganta. Não planejei nada disso, não tinha a menor noção de como seria, mas agora, vendo o mundo sorrir ao meu encontro como numa inexplicável epifania, sofro de uma gigantesca falta de ar enquanto caminho por largas avenidas iluminadas em direção à rodoviária. Todos esses caras que já cruzaram as ruas da minha vida, tão impressionantes quanto cadeiras de três pernas, haviam me transformado em uma garota completamente desinteressada por relacionamentos. Há tempos não me preocupava com isso, e já havia ignorado a possibilidade de encontrar alguém que realmente poderia vir a me acrescentar algum sentido, algum amor. Acabei por me transformar numa ermitã ou coisa que o valha. Na real, filosofar sobre isso seria como discutir escolhas religiosas de um fanático qualquer: não existiam duas alternativas. O cara que eu procurava simplesmente não vivia nesse mundo. E foi mais ou menos aí que ele apareceu com toda aquela compatibilidade pra cima de mim, com todo o bom gosto que uma só pessoa pode comportar, trazendo originalidade, naturalidade e uma incomensurável dose de dopamina pra dentro do meu peito, ao mesmo tempo em que quebrava e rasgava em mil pedaços todas as minhas certezas que um dia já tive sobre quem sou. Acabei então, por tomar a melhor decisão que já havia feito em 19 anos; já que eu estaria acabada de amor de qualquer forma, melhor me acabar dentro do melhor abraço que eu poderia pensar em receber ao invés de ficar em casa enfiada numa cadeira confortável e fingindo que o que preenche minha negação é pura sensatez, e não covardia. No duro, quem é que consegue ser feliz sem agir por impulso vez ou outra? Quem é que consegue permanecer indiferente ao dizer ‘não’ pra uma sede de proporções infinitas? Eu é que não me meto numa enrascada dessas, se é pra viver, que seja com riscos de sofrimento, mas que valha a pena. Quero tudo isso sem neuras e sem frustrações, tão natural quanto respirar ou dormir. Por isso e outras coisas mais, tratei de arrancar do meu caminho todo e qualquer sinal de retorno, porque eu não ousaria estragar minha única chance de conhecer a verdadeira felicidade personificada. Ao voltar desse breve devaneio notei que não sentia mais as mãos, nem pés, nem pernas... o frio me anestesiou por completo. E a ansiedade ou a dose exagerada de amor que meu peito não consegue comportar (ou ambas ou nenhuma delas) faziam com que meu estômago pedisse resgate. Meu velho relógio estraçalhado marcava agora meia noite e quinze e o terminal ainda era um turbilhão de pessoas, pra lá e pra cá, todas desesperadas por diferentes motivos, mas todas exatamente iguais. Encarar uma paisagem enfadonha como essa me aborreceria em pouco tempo; eu precisava de alguma distração, e rápido. Levantei-me do chão, joguei a mochila nas costas e sai em direção à lanchonete mais próxima, conferindo se os dois reais necessários para satisfazer meu âmbito imediato por coca-cola estavam no bolso do meu jeans ou se teria que abrir a mochila e demorar não sei quanto tempo pra encontrar dinheiro lá dentro. Achei dois e noventa e cinco, comprei minha coca e dois ou três drops de hortelã pra triturar com os dentes enquanto tentava acalmar os ânimos. Comecei a pensar quanto tempo demoraria, dentro da minha cabeça, até o amanhecer, e se ele já estaria aqui a esse ponto. São mil quilômetros e uns quebrados pra atrapalhar, é muito chão, é muita estrada. Torci para que ele estivesse bem e passando menos frio do que eu, torci mais ainda para que ele não se metesse em confusão no ímpeto de chegar aqui o quanto antes. ‘Merda. Se ao menos eu pudesse encurtar essa droga de distância ao invés de ficar aqui me afogando em coca-cola e pastilhas de hortelã, com todas essas pessoas fodidas me bisbilhotando pelo canto do olho enquanto fico encarando uma vitrine dessas lojas deprimentes e roendo as unhas desesperada’. Era só nisso que eu conseguia pensar, encurtar a distância, adiantar o relógio, te trazer pra perto. Espera aí... Alguém disse que não posso? Quanta idiotice, eu não preciso ficar aqui mofando! O tempo de espera que me agoniza pode começar a ser cortado ao meio agora mesmo, e é exatamente isso que vou fazer acontecer. Abri a mochila num impulso jubiloso e corri com as mãos geladas entre tudo que havia lá entro, numa buscar eterna pela droga do celular. Achei que fosse ter uma síncope ou morrer de uma vez enquanto esperava aquela tralha velha que parecia ter uns cinqüenta anos ligar. Acabei não morrendo afinal, e ainda deu pra clicar em ‘nova mensagem de texto’ e escrever freneticamente a loucura que iria fazer antes de a bateria acabar. ‘Que droga, amor, espero que você tenha pego o celular dessa vez’, pensei enquanto corria em busca da minha vida que estava prestes a começar.



[Daniella Moraes versionando Guilherme Amato]

Saturday, May 02, 2009

:)

Expressionismo é bom, mas somente mediante a ação de um agente limitante. Oras, quem precisa saber das minhas emoções? Se isso se desse através da arte, repleta de inúmeras interpretações, talvez eu pouco me importasse. Talvez eu até gostasse. Entretanto, não é assim que as coisas funcionam comigo. Da mesma maneira que grandes ideias devem ser compartilhadas somente com aqueles que a possam compreender, assim devem ser as emoções. Não falo somente das minhas, mas sim de todas elas. Durante muito, muito, muito tempo eu me afoguei nos desabafos escritos devido a falta de compreensão alheia. E não me arrependo, nem um tiquinho. Isso me fez um bem imensamente grande (e sinceramente? até hoje faz, e muito!). No entando, eu me transmuto a cada instante e não tenho mais a necessidade disso, desse blog. Meus escritos, eu venho guardando comigo. Afinal, eu sou a única a quem eles realmente interessam, a única que os contém. Eu não ligo pra detalhes... eu poderia escrever o meu mundo completo aqui, pouco me incomodam os olhos que terão conhecimento dele... continuaria sendo o meu mundo de qualquer forma. É tudo uma questão de prioridades. As minhas se transformaram drasticamente. Meus ideais são outros, são opostos aos que tive anteriormente (daí a explicação mais próxima possível para a descrição desse blog...) Eu cresci como pessoa e tenho plena certeza disso. Minhas amizades se restringiram, meus conhecimentos se ampliaram e minhas preferências se fortaleceram. Os primeiros sonhos e ambições têm se concretizado... Enfim, A vida flui da maneira que deveria. Escrever é uma parte da minha essência, me complementa. E continuará fazendo parte de mim por ser de minha natureza. Dentro de alguns anos, a escrita será grande parte da minha profissão. Portanto, me dou ao luxo de afirmar que essa paixão, é uma das que não se transformará e tampouco se perderá com o passar do tempo. Além do mais, cá entre nós... a internet deveria sair da vida das pessoas pra que elas aprendessem a valorizar o mundo real. Só lá fora você aprende a viver. E ainda mais importante do que apender a viver: só lá fora você é capaz de encontrar a verdadeira felicidade. I've found mine.

Até algum dia! ;**********

Friday, January 23, 2009

23 de janeiro?

Um ano? Um ano, exatamente. Uau. É reconfortante poder pensar nisso sem sentir a cratera se abrir aqui dentro do peito. É muito, muito bom. E eu nada mais tenho a dizer sobre isso. Agora vai ser um dia de cada vez. Eu prometo isso a mim mesma.

"Voltar não é revisitar algo que falhou. Posso percorrer as antigas trilhas sem amargura, porque outros pés agora tem prazer com elas."

E é assim que a vida é. E é assim que sempre foi.
Eu só lamento ter demorado tanto pra reconhecer a realidade.



[Twelve days]

Sunday, January 18, 2009

no way out

"Aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase tudo."





Maybe even those who do not have one.
The difference between then depends on you.



There are things that we need to learn all alone. And that's it.


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Besides that.

E quer saber? Paravras que se anulam não me satisfazem.
Eu me recolho a minha insignificância.

Au revoir.

Wednesday, January 14, 2009

sobre a verdadeira insensatez

Algo descomunal, devo admitir. Uma conversa. Uma conversa seguida de uma admiração instantânea e exagerada. Tantos momentos hesitantes em anexo. Tanta incompreensão. O que estaria acontecendo? Eu bem sei a resposta, embora tenha alguma espécie singular de medo em reconhecer sua veracidade. Tenho vontade de me recostar sobre seu ombro e ali permanecer, sem dizer uma única palavra. Quão tolo tal desejo soa aos meus ouvidos quando não está mais somente envolto em meus pensamentos! Encantamento, nada mais. Nada mais... Tento disfarçar meu sorriso atrás dos lábios, mas ele é mais astuto e se faz presente antes que eu possa pensar na possibilidade de oculta-lo.

Sorrio, então. I won't expect anything this time.

Thursday, January 08, 2009

reorganizin'

Era finalmente o meu primeiro dia de férias depois de um ano tão incrivelmente doloroso. O primeiro dia em que eu poderia fazer o que quisesse, sem me importar com tempo, sem me lembrar constantemente que tinha compromissos comigo mesma... porque eu não tinha nenhum. Acordei tarde. Me levantei, não arrumei a cama e não sai do quarto pra tomar um café da manhã meia boca como de costume. Eu fiquei ali, olhando toda aquela baderna em que eu estava submersa há tanto tempo sem nem ao menos perceber. Será mesmo que eu estava tão presa em meus pensamentos - me obrigando a fazer aquilo que eu não queria - que simplesmente me desliguei daquilo que é material? Não sei bem. Mas tenho a sensação de que não vivi aqui nos últimos meses. A desconhecida sensação de que me ausentava da realidade que me compõe enquanto precisava mergulhar em estudos compulsivos e intermináveis. E então eu estava ali: despenteada, com os olhos inchados e pensamentos desnorteados, sentada em minha cama e pensando se era mesmo verdade que eu conseguira uma tregua daquela rotina monstruosa. Era verdade. Levantei-me e caminhei aos tropeços até o espelho. Eu estava definitivamente horrível. Minhas olheiras não eram nada convidativas e meu semblante se assemelhava ao de alguém que não tem passado por situações muito agradáveis. Dei um passo pra trás e respirei fundo. Olhei novamente ao redor e coloquei as palavras pra fora: "Tá na hora de dar um jeito nisso, não?". Sim, de fato, estava. Abri meu guarda-roupas e dei uma bisbilhotada em cada gaveta com a esperança de que pelo menos ali encontraria as coisas em ordem. Ops. Não tinha uma que se salvasse... um caos. Por onde eu andei afinal? Num impulso frenético, comecei a organização: tirei todas as minhas roupas de lá de dentro e larguei tudo em cima da cama (ainda desarrumada, por sinal) e comecei a guarda-las em seus devidos lugares separando calças jeans, shorts, blusas, casacos, camisetas e roupas íntimas por "sessões". Isso demorou mais do que eu imaginava. Acabada a arrumação com o meu armário chegou a vez das apostilas pré-vestibular (juro que nunca reparei de verdade na quantidade... são muitas mesmo!). Elas estavam em cima da escrivaninha, ao lado da cama, sobre o móvel do computador, dentro de gavetas, no chão... por toda parte!!! Sem nenhum carinho expresso em meus gestos, fui lançando-as dentro de um compartimento escondido no meu guarda-roupas (depois da arrumação até que sobraram alguns lugares vazios...). E depois disso passei a ter orgulho de mim mesma. "Agora sim você virou gente, dani." As folhas fixadas em minha parede com resumos das matérias que eu considerava prioridade deixaram marcas de durex, depois de arrancadas de lá, e parecia que uma eternidade havia se passado desde que as colei sobre a tinta roxa de que eu tanto gosto. E agora quase tudo estava como era antes da turbulência, o que me fez suspirar de alívio. Eu já não me importo tanto com o que está por vir... Faculdade seria uma mudança que me deixaria extasiada, sem dúvida alguma. No entando, fazer um ano de cursinho não me é mais apavorante. A descarga elétrica emocional já se apresentou a mim no passado e sei que ela não me surpreenderá novamente porque hoje eu não sou a mesma de ontem e a maturidade adquirida me fará encarar os fatos com muito mais sensatez e sem devaneios adolescentes. Em pouco mais de vinte dias terei acesso ao resultado disso tudo, embora tempo cronológico não represente muita coisa pra mim... Com certeza estarei mais do que preparada pra encarar a realidade, seja ela qual for.


É muito, muito, muito gratificante completar um ciclo, sabiam?


Agora eu posso voltar pra minha pilha de livros pessoais sem me preocupar em perder tempo, mas tendo a certeza de que estou fazendo uma das coisas que mais gosto na vida: mergulhando em realidades paralelas que estão longe de ser minhas embora me completem de forma inacreditável. Ah, hedonismo...

Tuesday, December 23, 2008

sabonetes?

Por alguns instantes cheguei a pensar que havia alguma coisa desconhecida e extraordinariamente aprazível acontecendo. Me enganei, é lógico. É sempre assim, sempre a mesma coisa. Eu já deveria ter me acostumado. Juro, essa ansiedade ainda vai acabar comigo. São só dez dias... dez dias que me fuzilam a cada minuto. Dez dias que a cada segundo se mostram mais e mais distantes: Inacessíveis. Falta pouco, eu sei, pouquíssimo. Mas esse pouco me prensa contra a parede ainda mais forte e profundamente do que todo esse tempo que tenho esperado, por que agora que tudo parece tão... tangível (ainda estou pensando em uma palavra melhor que essa), fica impossível não pensar em como vai ser. É até irônico lembrar de como eu tenho agido... um urso se hibernando dentro de uma caverna seria uma comparação apropriada, creio. A questão não é dar as caras na rua e mostrar que ainda circula ar nos meus pulmões, sair pra um bar com amigos ou qualquer outra coisa que as pessoas façam em prol de colocar suas respectivas vidas sociais em dia, não é isso. Hoje, mais do que nunca, eu consigo (e quero) dizer que conheço o que se passa aqui dentro. A verdade é que eu não ligo muito pra nada que se passa lá fora, e também não me importo com quão egocentrica essa frase possa parecer. Eu simplesmente não ligo e nem quero ligar. Pela primeira vez ao longo desses últimos quinze meses (!) eu me sinto bem não me importando com o mundo selvagem que me cerca, me sinto inteira, como se nunca houvesse faltado nada. Talvez de fato essa "falta" que um dia tanto me machucou não fizesse de fato parte de mim, fosse só uma lembrança forte, marcante, e dolorida que se impregnou em algum lugar remoto e escondido do meu psicológico a fim de que eu não conseguisse me desvencilhar de maneira alguma. Afinal, parece que entendi a que essa dor se assemelhava. Por mais esdrúxula que seja a minha analogia, é o mais próximo que consegui chegar. A dor era como uma pedra de sabonete gigante. Isso mesmo, sabonete! Daqueles excessivamente econômicos, que demoram milênios pra acabar. E assim como o sabonete, a minha dor só se fez ausente depois de muito se atritar comigo, lutando a cada tentativa minha de amenizar seu tamanho gigantesco. Parece que finalmente, depois de aproximadamente quatrocentos e cinquenta dias de existência (!!!) eu terminei de usar meu sabonete... Agora eu não sei se fico feliz por ele ter acabado ou se fico com um pé atrás pelo receio de receber outro ainda maior de presente no futuro. Mas quer saber? A vida é assim, não é? Infelizmente, eu não posso (e não vou) viver na fantasia por muito mais tempo, já que de um jeito ou de outro o meu caminho mudará drasticamente ano que vem. Sinceramente? Agora eu já estou calejada e foi-se a época em que eu era uma porcelana ambulante.

E que venham os sabonetes! Eu aguento o tranco.
Só mais dez dias... Só mais dez!