Saturday, June 07, 2008

conceitualismo

Um dia desses parei pra pensar sobre aquilo que, egocentricamente, sempre ocupa minhas maiores ondas de pensamentos: eu. E subitamente me ocorreu uma coisa. Por mais que eu tentasse eu não conseguia achar palavras de meu agrado pra me descrever. Não sabia o motivo e isso me intrigava. Acho que a minha linha de descrição ainda não foi fabricada no mundo das palavras! Não é possível ser tão complicado assim alguém conseguir falar/escrever sobre sua própria pessoa, é? Então comecei a me recordar sobre uma conversa que tive um dia desses no colégio com uma amiga quando a aula estava tediosa o suficiente para não prestarmos atenção. Ela é fanática por astrologia, horóscopos e signos, e esse foi o assunto da conversa. Eu nunca fui capaz de acreditar que a posição dos astros e do sol no exato momento em que eu vim ao mundo pudessem influenciar na minha personalidade, mas isso não vem ao caso, a questão é que ela me disse uma coisa intrigante, com a qual eu me identifiquei de maneira indiscutivel: "Você não é alguém que gosta sempre das mesmas coisas e que possa encontrar definições claras sobre seu jeito de ser e agir. Você muda constantemente, sem se importar com o que há por vir, mas quando algo te encanta de verdade, é difícil de desfazer". Essas palavras ecoaram dentro da minha cabeça durante bons minutos antes de eu conseguir concilia- las com o que eu mesma penso sobre mim. E então parei para refletir sobre isso e fiquei pasma quando notei que é exatamente isso que sou: Um fluxo. Eu nunca sou a mesma pessoa duas vezes. Nunca! E mesmo assim pessoas ao meu redor dizem que me conhecem. Quanto blefe. Ninguém é capaz de compreender outro alguém por completo, muito menos quando essa pessoa não tem conceitos fixos e suas opiniões mudam constantemente. Por muito tempo achei estranho não conseguir diferenciar aquilo que gosto daquilo que me proporciona aversão, contudo, tais definições que permaneceram "em cima do muro" são coisas triviais, e de importância relevante. Meu caráter e minha maneira de ver o mundo, essas sim, são características que não se alteram, simplesmente amadurecem, e é essa mudança que me ajuda a seguir em frente, guardando alguns dos machucados, mas também incontáveis boas lembranças que enchem a minha alma de vivacidade e uma pitada de curiosidade por aquilo que ainda não aconteceu.

Wednesday, June 04, 2008

parada facultativa

Seria estupidez em demasia chegar ao ponto em dizer que nada dá certo. Eventualmente algo tem que dar certo em algum momento, em algum lugar... Mas sabe, ponderando a situação acabei de perceber que o conceito de "certo ou errado" é extremanente relativo. Ter o carro do ano na garagem, comida na geladeira, e um charuto importado entre os lábios pode ser o ápice para alguns. E para outros tal auge só é encontrado em meio à realização pessoal, seja ela qual for. Parece que, afinal, a futilidade da coisa se encontra em quem não tem ambas as coisas e diz que está tudo certo, sem mover uma palha porque simplesmente não quer admitir que não está.

Santa Ignorância, não?