Friday, January 23, 2009

23 de janeiro?

Um ano? Um ano, exatamente. Uau. É reconfortante poder pensar nisso sem sentir a cratera se abrir aqui dentro do peito. É muito, muito bom. E eu nada mais tenho a dizer sobre isso. Agora vai ser um dia de cada vez. Eu prometo isso a mim mesma.

"Voltar não é revisitar algo que falhou. Posso percorrer as antigas trilhas sem amargura, porque outros pés agora tem prazer com elas."

E é assim que a vida é. E é assim que sempre foi.
Eu só lamento ter demorado tanto pra reconhecer a realidade.



[Twelve days]

Sunday, January 18, 2009

no way out

"Aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase tudo."





Maybe even those who do not have one.
The difference between then depends on you.



There are things that we need to learn all alone. And that's it.


-----------------------------------------------------------------------------------------------


Besides that.

E quer saber? Paravras que se anulam não me satisfazem.
Eu me recolho a minha insignificância.

Au revoir.

Wednesday, January 14, 2009

sobre a verdadeira insensatez

Algo descomunal, devo admitir. Uma conversa. Uma conversa seguida de uma admiração instantânea e exagerada. Tantos momentos hesitantes em anexo. Tanta incompreensão. O que estaria acontecendo? Eu bem sei a resposta, embora tenha alguma espécie singular de medo em reconhecer sua veracidade. Tenho vontade de me recostar sobre seu ombro e ali permanecer, sem dizer uma única palavra. Quão tolo tal desejo soa aos meus ouvidos quando não está mais somente envolto em meus pensamentos! Encantamento, nada mais. Nada mais... Tento disfarçar meu sorriso atrás dos lábios, mas ele é mais astuto e se faz presente antes que eu possa pensar na possibilidade de oculta-lo.

Sorrio, então. I won't expect anything this time.

Thursday, January 08, 2009

reorganizin'

Era finalmente o meu primeiro dia de férias depois de um ano tão incrivelmente doloroso. O primeiro dia em que eu poderia fazer o que quisesse, sem me importar com tempo, sem me lembrar constantemente que tinha compromissos comigo mesma... porque eu não tinha nenhum. Acordei tarde. Me levantei, não arrumei a cama e não sai do quarto pra tomar um café da manhã meia boca como de costume. Eu fiquei ali, olhando toda aquela baderna em que eu estava submersa há tanto tempo sem nem ao menos perceber. Será mesmo que eu estava tão presa em meus pensamentos - me obrigando a fazer aquilo que eu não queria - que simplesmente me desliguei daquilo que é material? Não sei bem. Mas tenho a sensação de que não vivi aqui nos últimos meses. A desconhecida sensação de que me ausentava da realidade que me compõe enquanto precisava mergulhar em estudos compulsivos e intermináveis. E então eu estava ali: despenteada, com os olhos inchados e pensamentos desnorteados, sentada em minha cama e pensando se era mesmo verdade que eu conseguira uma tregua daquela rotina monstruosa. Era verdade. Levantei-me e caminhei aos tropeços até o espelho. Eu estava definitivamente horrível. Minhas olheiras não eram nada convidativas e meu semblante se assemelhava ao de alguém que não tem passado por situações muito agradáveis. Dei um passo pra trás e respirei fundo. Olhei novamente ao redor e coloquei as palavras pra fora: "Tá na hora de dar um jeito nisso, não?". Sim, de fato, estava. Abri meu guarda-roupas e dei uma bisbilhotada em cada gaveta com a esperança de que pelo menos ali encontraria as coisas em ordem. Ops. Não tinha uma que se salvasse... um caos. Por onde eu andei afinal? Num impulso frenético, comecei a organização: tirei todas as minhas roupas de lá de dentro e larguei tudo em cima da cama (ainda desarrumada, por sinal) e comecei a guarda-las em seus devidos lugares separando calças jeans, shorts, blusas, casacos, camisetas e roupas íntimas por "sessões". Isso demorou mais do que eu imaginava. Acabada a arrumação com o meu armário chegou a vez das apostilas pré-vestibular (juro que nunca reparei de verdade na quantidade... são muitas mesmo!). Elas estavam em cima da escrivaninha, ao lado da cama, sobre o móvel do computador, dentro de gavetas, no chão... por toda parte!!! Sem nenhum carinho expresso em meus gestos, fui lançando-as dentro de um compartimento escondido no meu guarda-roupas (depois da arrumação até que sobraram alguns lugares vazios...). E depois disso passei a ter orgulho de mim mesma. "Agora sim você virou gente, dani." As folhas fixadas em minha parede com resumos das matérias que eu considerava prioridade deixaram marcas de durex, depois de arrancadas de lá, e parecia que uma eternidade havia se passado desde que as colei sobre a tinta roxa de que eu tanto gosto. E agora quase tudo estava como era antes da turbulência, o que me fez suspirar de alívio. Eu já não me importo tanto com o que está por vir... Faculdade seria uma mudança que me deixaria extasiada, sem dúvida alguma. No entando, fazer um ano de cursinho não me é mais apavorante. A descarga elétrica emocional já se apresentou a mim no passado e sei que ela não me surpreenderá novamente porque hoje eu não sou a mesma de ontem e a maturidade adquirida me fará encarar os fatos com muito mais sensatez e sem devaneios adolescentes. Em pouco mais de vinte dias terei acesso ao resultado disso tudo, embora tempo cronológico não represente muita coisa pra mim... Com certeza estarei mais do que preparada pra encarar a realidade, seja ela qual for.


É muito, muito, muito gratificante completar um ciclo, sabiam?


Agora eu posso voltar pra minha pilha de livros pessoais sem me preocupar em perder tempo, mas tendo a certeza de que estou fazendo uma das coisas que mais gosto na vida: mergulhando em realidades paralelas que estão longe de ser minhas embora me completem de forma inacreditável. Ah, hedonismo...