Friday, January 25, 2008

eterno

Poucas pessoas conhecem o significado de tal palavra. Pode ser subentendendido como algo que não acaba nunca, mas qual é o momento em que o "nunca" começa a existir? E o momento em que chega ao fim? Ora, mas que tolice! O "nunca" não tem hora certa pra começar, ele começa a partir do momento que se encontra algo da qual possa se julgar infinito. E ele não tem fim, ele é eterno, certo? Certo, ele é eterno. E o que acontece depois do "nunca"? Ele é parecido com o "sempre", não é? Se algo não acaba nunca, é porque é pra sempre, creio. Engraçado. Certo dia ouvi de alguém, uma expressão: "Que seja eterno enquanto dure". Enquanto dure? Pois bem, presume-se que haverá um fim. Logo, não será eterno. Por que é então que todos insistem em fazer uso dessa palavra? Não digo isso porque tenha algo contra, pois eu mesma a uso, e gosto dela. Entretanto, seu significado é momentâneo, não é eterno, passa longe de ser eterno. Em certo dia, alguma pessoa te deu apoio, vocês se identificaram e essa simpatia foi crescendo e crescendo a cada dia, imensamente. Passaram a ser chamar de "amigos", depois de "melhores amigos" ou até mesmo "namorados", quem sabe? E então, na agonia de não conseguir expressar tamanha admiração e gratidão por tudo que passaram juntos, acabam por rotular a dita relação por "Eterna". Ninguém poderá jamais duvidar da sinceridade com que foi dita essa palavra naquele momento, mas o tempo passa, as circunstâncias mudam e os sentimentos se dissipam (ou se transformam), aos poucos. A partir do momento em que não há nada mais a ser oferecido, não há nada mais pra ser adubado, não há nada mais pra alimentar sentimentos, e eles acabam tornando-se indiferentes. Baseando-se em um relacionamento amoroso, o amor físico faz com que exista grande ansiedade ao acontecer a troca de olhares de um casal, mas termina por se esvair com o tempo. Já o amor fraterno, não desaparece tão facilmente, e talvez seja a ele que as pessoas deveriam se referir como eterno. Talvez não seja assim tão complicado encontrar o eterno dentro de si mesmo, afinal, mas é preciso saber tocá-lo com a delicadeza que lhe é deveras merecida.