Thursday, February 28, 2008

refúgio em um sorriso

Hoje enquanto passeava pelo quarteirão, tentando espairecer minhas idéias desgastadas sobre uma realidade distante, almejada, mas distante, ouvia músicas no mp4 que há tempos não escutava, e comecei a andar, andar, andar em direção ao desconhecido, e logo já não sabia mais pra onde estava indo. Gostei dessa sensação, e continuei a andar, querendo que de alguma forma, pudesse chegar a tocar mesmo que ligeiramente essa realidade paralela. Enquando caminhava, tentando ao máximo livrar meus pensamentos de preocupações, avistei um pouco à frente uma menininha linda, de aproximadamente três primaveras brincando na grama. Fui me aproximando dela, e em determinado ponto eu já não conseguia mais parar de olhar em direção àquela criança. Tão perfeita, tão pura e inocente, tão... mágica. E comecei a imaginar como ela estará daqui a alguns anos... será que ela irá conseguir passar por meio de toda essa humanidade corrupta e insensível sem se infectar? Será que daqui a quinze anos ela estará assim tão perdida quanto eu e se questionando a razão da existencia de tanta podridão no coração das pessoas? Não sei. Não sei mesmo. Continuei a andar, ainda com os olhos fixos sobre ela, até que aquele pequeno ser, como num relapso, percebeu minha presença, e com o mais espontâneo dos gestos, abriu um sorriso em minha direção, como quem convida um amigo a se aproximar. Jamais poderei explicar a sensação que tive naquele momento, de finalmente ter encontrado em algo tão extremante simples, parte daquela realidade que há tanto tempo procurava... Finalmente havia encontrado a direção certa, em meio a tantos infinitos erros. Descrever tal passo está fora de meu alcance no momento, mas aquele sorriso definitivamente valeu meu dia.

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