Thursday, March 13, 2008
o maior dos fragmentos
Não havia nada mais de interessante pra fazer. Depois de uma semana inteirinha acordando às 5:30 da manhã pra estudar, chegar em casa de tardezinha extremamente cansada e desejar, mais do que tudo na vida, uma caminha quentinha pra dormir, não havia mais nada de interessante pra fazer. Pedi tanto, mas tanto que chegasse o final de semana, que lá estava ele, esperando o momento em que eu me levantaria da cama, e sairia pela porta de casa procurando algum mínimo vestígio de diversão. Mas não fiz isso. Eu fiquei lá, parada, no mesmo lugar, olhando pro telefone e esperando ele tocar. Ele não ia tocar, e eu sabia disso, mas mesmo assim fiquei ali, pensando que há alguns meses atrás, ele tocaria, tocaria sim. O final de semana, de repente, não me parecia mais tão interessante quanto antes. E eu fiquei ali, parada, desejando que chegasse logo segunda-feira pra manter minha cabeça ocupada vinte e quatro horas por dia e parar de pensar em você. Eu tinha conseguido, juro que tinha conseguido colocar todas aquelas recordações dentro de uma gavetinha no meu sub-consciente. Juro que fechei essa gavetinha com cadeado. Aonde foi parar o cadeado? As lembranças fugiram, fugiram todas. Elas são tão lindas, mas tão lindas que me dá vontade de sorrir, mas no instante seguinte eu começo a sentir meu coração apertadinho aqui dentro do peito e me dá vontade de sair correndo pra te pedir um abraço, igual àquele que você me deu quando eu comecei a chorar naquela tarde de sábado, com medo de te perder, lembra? Você me colocou no colo e me fez carinho na cabeça, como se falasse: "Vai ficar tudo bem, neném". As lembranças me trouxeram a mente aquelas mensagens que você me mandava no celular às três horas da manhã, no meio de uma festa, dizendo que queria que eu estivesse lá com você. A nostalgia acabou por me impulsionar a reler aquelas poesias que você escreveu especialmente pra mim. Passava horas tentando encontrar um pequeno defeito em você, uma falha, por menor que seja, um deslize pequenininho... nunca obtive sucesso. Você era perfeito, o meu pequeno que adorava quando eu usava tais pronomes possessivos ao me referir à você. O meu pequeno que me chamava de linda, que sentia saudades, que pedia beijinho e que eu amava, muito. Eu sou uma tola romântica, sempre fui e sempre vou ser. Apesar do medo da incompreensão alheia em relação aos meus sentimentos exponencialmente elevados quando se trata de amor, eu sempre fui assim, mesmo que jamais alguém tenha entendido minha alma por completo, antes de você. Contudo, a vida é cíclica e agora eu não ganho mais abraço com direito a carinho na cabeça quando fico triste, não recebo mais nenhuma mensagem às três da manhã, ninguém mais me escreve poesias. Mas você continua sendo meu pequeno, a minha mais linda recordação de pureza e carinho e eu ainda te amo tanto quanto no momento em que você surgiu na minha vida, trazendo toda a sua perfeição contigo. Eu sei que hoje o telefone não vai tocar, mas mesmo assim, eu tenho plena certeza de que você pensa em mim, com tanto carinho como quando eu penso em você, e que a nossa historinha de amor, não foi só um conto de fadas.
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