Saturday, March 29, 2008
inutilidades casuais
Se tem uma coisa que me irrita é indecisão. Jurei a muitas pessoas que eu não sofria desse mal, mas fui uma completa mentirosa. Eu não consigo nem mesmo decidir a roupa que vou usar para ir à aula num sábado de manhã (por mais fútil que possa parecer) quando mais escolher com quem quero estar, como devo reagir aos acontecimentos rotineiros ou o que eu quero fazer pelo resto da vida, profissionamente falando. Por muito tempo eu quis ser professora porque admirava o trabalho que as tias do primário realizavam com aquelas pestinhas que apareciam em suas classes, mas depois decidi que não queria ficar de cabelo branco antes dos trinta. Então rumei para o lado da psicológia, mas depois de um tempo percebi que se eu entender o que se passa aqui dentro, pode ser que as coisas percam a graça sem um toque de mistério e decidi que não queria que isso acontecesse. Optei então por publicidade, acho que por falta de escolha, mas depois que descobri que não tenho o dom pra coisa, deixei de lado. Me deparei então com a biologia, gostava de estudar biologia por tirar notas boas no colégio e por ser uma meio termo entre exatas e humanas, mas desencantei do curso quando me disseram que tudo muda completamente do colégio para a faculdade. Pensei então que talvez eu deveria ser jornalista, sempre gostei de ler e escrever, entretanto, minha empolgação caiu noventa por cento quando descobri que a relação candidato-vaga do curso é o triplo da minha idade. Então, me sentei um dia no meio-fio, na frente de casa com meu violão e fiquei ali imaginando como seria bom se as minhas dúvidas se resumissem a qual sabor de pizza eu vou querer comer com os amigos na sexta-feira a noite ou de qual cor eu pintarei o meu cabelo da proxima vez. É, isso seria bom, e seria melhor ainda se eu pudesse gritar por sorvete de flocos com calda de morango toda vez que me desse vontade e alguém viesse me trazer. Mas que raios! Do que é que eu estou falando? Eu, absolutamente não iria gostar de só me lembrar dessas futilidades, se um dia, na minha velhice, quiser escrever sobre as minhas mémorias. Eu já não sei mais sobre o que estou falando, ou aonde quero chegar, mas eu sei que estou achando isso tudo uma grande tolice, que estou com sono, ouvindo "Right said Fred - I'm too sexy" e tenho vinte capitulos de matemática pra estudar até semana que vem. Será que alguém poderia gentilmente me tirar de cima do muro e me fazer voltar a ser aquela garota que sempre conseguia o que queria e não tinha um mol de dúvidas correndo por sua mente a cada milésimo de segundo? Azul ou preto? Chocolate ou caramelo? Gastronomia ou Astrologia? Academia ou caminhada? Cinema ou biblioteca? O loiro ou o moreno? Inteligencia ou sensibilidade? Ah, ah ah. Depois dessa viagem à Lua, eu preciso de um Martini Rosé e quinze horas de sono.
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