Monday, July 21, 2008

eu não te conheço, mas odeio você.

Eu não tenho a mínina idéia de quem você seja. É, não tenho a menor noção. Não sei aonde você mora, não sei das coisas que você gosta, não sei se já sofreu na vida ou se sempre foi a filhinha da mamãe. Não sei sua idade, não sei se o seu cabelo é tingido ou se é natural. Não sei se já passou fome alguma vez na vida, não sei como é seu humor, se morre de cólicas todo mês, se trabalha, se faz faculdade ou qualquer droga desse tipo. E também não sei se você se importaria ou não, se soubesse que eu te odeio. De verdade, eu não sei. Mas eu odeio você. Você tirou de mim aquilo que eu sempre tentei guardar à sete chaves, aquilo de mais precioso, que eu mais tinha medo de perder. Não duraria muito, de qualquer jeito, mas eu sempre me recusei a acreditar de que um dia ele iria embora, me recusei a acreditar que alguém fosse capaz de tira-lo de mim. E você tirou. O seu encanto venceu o meu, de todas as formas, e fez com que todas as promessas que um dia ele me havia feito fossem jogadas para o alto (e agora, provavelmente direcionadas para você), junto com um último beijo e só o que ficou foi a minha incansável e estúpida espera por outro telefonema. Eu não consigo mais ouvir o nome dele sem pensar em você, sem pensar no quanto eu odeio você. Eu não consigo mais ouvir histórias de amor recíproco porque me dói lá dentro. E também não consigo mais sorrir, sabe? Quando tento, o meu sorriso fica deformado, falso. Porque a angústia que você me faz sentir é muito maior do que qualquer tentativa de estampar o símbolo da felicidade no meu rosto para que os desconhecidos pensem que sou feliz. Já faz tanto tempo que tavez ele nem se lembre mais, mas eu me lembro nitidamente das noites passadas em claro, querendo desesperadamente ir pra rodoviária e pegar o primeiro ônibus ao encontro dele, e dizer tudo aquilo que guardei comigo durante tanto tempo, e que a cada dia, me machucava mais. Mas quando penso em como essa cena seria ridícula, o que me resta é a solidão, a noite, a insônia, e o meu ódio por você. Algumas vezes cheguei a gritar durante a noite, mordendo o travesseiro para abafar os soluços de dor, sabia? É claro que você não sabia, e tampouco sabe agora. Alguns meses depois, minhas lágrimas secaram, mesmo com as lembranças ainda vivas e o cheiro dele impregnado em tudo que eu tocava. E eu cheguei a pensar que estava curada, já que "o tempo cura tudo", não é? O cacete que cura. Deixei de chorar porque não tinha tempo para tal, pois ocupava meus dias ao máximo pra que meus pensamentos não caissem sobre ele outra vez...


Agora, devo admitir que não odeio você, contudo, poder culpar-te pelas dores que me sufocam é de um alívio enorme para mim. Mas na verdade, o que eu sinto por você é pena, porque um dia, minha dor será sua e você culpará incessantemente à alguma outra que também haverá de sofrer depois de você.

3 comments:

Bruna said...

Olá. Adorei seu blog! Texto muito lindo mesmo esse.

Beijoca!

Bruna said...

Hey Dani!(Olha a intimidade). Já é um blog amigo!

Obrigada pelos votos de felicidade!
Beijooooca!

Bruna said...

HAHAHA! jamais eu conseguiria! Nem quero tentar!
HAHAH!

Obrigada pela visita!
Beijos!