Escreve, apaga, escreve, apaga, escreve, apaga. Escreve: já apaguei o suficiente por hoje. Não sei por que eu tenho estado tão estranhamente vazia pra escrever, já não tenho mais idéias formadas sobre quase nada. A verdade é que me desliguei do mundo, e isso não é bom, não é nada bom. Eu começo me desligando pelos aredoares e logo o black out será dentro de mim mesma. E bem, caso isso aconteça eu realmente não terei mais nada em que pensar ou argumentar sobre. Durante longos meses coloquei a culpa disso tudo sobre o vestibular, mas sei que não engano só a vocês, que lêem, mas a mim também. Vestibular pode ser uma fase delicada, que requer esforço e dedicação ao extremo, mas não é tudo na vida (e nem nunca foi uma prioridade...) e vai passar, assim como os bons e maus momentos que vivi: vai passar, não importa o quanto demore. E quais serão as recordações que eu terei comigo sobre essa época da minha vida? Pouquíssimas valem a pena serem lembradas, disso eu tenho certeza. E quando mais eu vou poder ter dezessete anos? Ao menos nessa vida eu tenho certeza absoluta de que "nunca" é a resposta. E o que eu fiz de memorável com essa idade? Me reservei dentro dos estudos, mesmo que muitas vezes tenha feito tal coisa pra esquecer fatos que não se incluem na minha futura (não importando a distância desse futuro) vida acadêmica, e caí em completo esquecimento quanto às minhas escolhas inconscientes. Agora, que me deparo com o fim de ano, eu fico feliz por ter acabado e isso me faz passar por sensações inusitadas: Qual o motivo da felicidade? Eu não tenho a menor idéia. Outro ano está pra começar e o que me faz ter certeza de que eu não vou buscar refúgios errôneos outra vez ao invés de encarar os fatos? Eu descobri o porquê de ter me escondido tanto... É uma mistura inconcebível de medo com orgulho, mas que não vale a pena tentar definir. Certa vez, eu li um texto e aquelas idéias fixadas à ele nunca saíram totalmente dos meus pensamentos, seu desfecho é alguma coisa do tipo: "Quando me deparei com aquela bala no meu peito, fechei os olhos e decidi que tinha duas escolhas a partir daquele momento: viver ou morrer. Decidi, irrevogavelmente, acatar a primeira opção". Não há dúvida alguma da escolha que faço nesse momento.
[Texto marcado como rascunho e publicado somente no dia 23/10/09]
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